quarta-feira, 20 de abril de 2016

A sociedade mineradora

A corrida do ouro
   A descoberta do ouro no Brasil aconteceu no século XVII, na região de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, o que provocou uma verdadeira corrida do ouro para essas regiões. A descoberta do precioso metal foi feita em 1698 por Antônio Dias de Oliveira, em Ouro Preto. A partir daí, a notícia se disseminou pelo país e chegou à Portugal por correspondência enviada pelos governadores portugueses instalados no Brasil. Com a mesma rapidez com que a notícia da descoberta das minas se espalhou, milhares de pessoas chegavam á região de diversos pontos da colônia e de Portugal.
  A população que chegava às minas era bastante heterogênea, mas se destacavam dois grupos bem distintos, os paulistas e os emboabas, que se hostilizavam bastante, o que provocou uma verdadeira guerra.


  
A Guerra dos Emboabas  

  Conflito armado ocorrido na região das Minas Gerais entre os anos de 1707 e 1709, envolvendo os bandeirantes paulistas e os emboabas (portugueses e imigrantes de outras regiões do Brasil). O confronto tinha como causa principal a disputa pela exploração das minas de ouro recém descobertas na região das Minas Gerais. Os paulistas queriam exclusividade na exploração da região, pois afirmavam que tinham descoberto as minas.  O conflito mais importante e sangrento ocorreu em novembro de 1708 no distrito de Ouro Preto. Os emboabas dominaram a região das minas e os paulistas se refugiaram na área do Rio das Mortes.




Controle sobre o ouro
  Quando Iniciada a mineração, o rei de Portugal criou a Intendência das Minas um órgão encarregado de controlar a exploração do ouro, cobrar impostos e julgar crimes praticados na região. Passada a fase inicial da exploração do ouro, passou-se a investir em novas técnicas de extração.

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Impostos
  A Intendência criou e cobrava pesados impostos: impostos sobre homens livres e escravizados, sobre tecidos, ferramentas, genros agrícolas e, é claro, sobre o ouro. Tendo o mais importante deles foi o quinto Quinto (era um imposto cobrado pela Coroa portuguesa sobre o ouro encontrado em suas colônias; correspondia a 20% do metal extraído e era registrado em "certificados de recolhimento" pelas casas de fundição). A cobrança era feita, sobretudo, nas estradas que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro, a São Paulo e à Bahia, sempre policiadas por soldados (dragões do Regimento das Minas).


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Revolta de Vila Rica
  A Revolta de Vila Rica, também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, foi um movimento social de caráter nativista que ocorreu em 1720 na Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto (atual Ouro Preto, Minas Gerais).
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  Objetivo da revolta:
 Os revoltosos queriam o fim das Casas de Fundição;
Queriam também a redução de vários impostos e tributos;
 Fim dos monopólios do fumo, sal, aguardente e gado.

  O que aconteceu durante a revolta:
A revolta contou com a participação de vários integrantes do povo (principalmente pessoas mais pobres e da classe média de Vila Rica). Os revoltosos pegaram em armas e ocuparam alguns pontos de Vila Rica. Após chamar os revoltosos para negociar, o governador ordenou a prisão de todos que participaram da revolta.

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O controle sobre os diamantes
  No Arraial do Tijuco, assim que o rei soube da existência de diamantes, mandou expulsar os antigos moradores do local, dividiu as terras em lotes, separou para si o lote em que havia uma grande mina e leiloou os demais entre os homens brancos da região. Para administrar e policiar a área criou a Intendência dos Diamantes. Em 1739, o rei de Portugal arrendou a extração de diamantes a contratadores – homens que recebiam o direito de explorar as valiosas pedras em troca de uma parte da riqueza. Posteriormente, em 1771, o governo português acusou os contratadores de enriquecimento elícito e reassumiu o controle total sobre os diamantes.

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A sociedade mineradora

 A população de Minas Gerais, em 1776, era composta de 70.169 brancos, 82.000 pardos e 167.000 negros. Observe o gráfico:

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 Os ricos

  Na região mineradora, as maiores fortunas pertenciam quase sempre aos grandes comerciantes, e não aos donos de minas. Os tropeiros, homens que comerciavam mulas, cavalos e gado de corte, também conseguiram prosperar, chegando a se destacar na sociedade mineira. Já entre os donos de minas, foram poucos ao que enriqueceram. O motivo é simples: boa parte do que ganhavam servia ao pagamento de impostos ou eram gastos com a compra de mão de obra e de artigos importados como ferramentas, vinhos, tecidos, trigo, queijos e doces.
A grande maioria dos ricos eram grandes comerciantes que abasteciam os armazéns da região mineradora. 
 Muitos eram tropeiros;
 Poucos eram grandes mineradores pois grande parte do que se ganhava era usado para pagar impostos.

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 As camadas médias:

Em Minas Gerais, no século XVIII, houve um crescimento também das camadas médias: artesãos, profissionais liberais, padres, garimpeiros, donos de vendas e roceiros.
Composta por lavradores, artesãos, advogados, médicos, padres, garimpeiros, pequenos comerciantes e artistas.

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 Os homens livres pobres:

  Nas capitanias do ouro vivia também um grande numero de homens livres pobres. Eles perambulavam pelos arraiais pedindo esmola e comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos; moravam em casebres que dividiam com outros marginalizados ou com mulheres igualmente pobres. No qual serviam para as autoridades para fazer serviços pesados ou perigosos.
Também eram chamados de “desclassificados do ouro”. 
Eram homens sem ocupações definidas.
Eram normalmente negros ou pardos (mestiços).
Eram tratados como vadios. 
Eram utilizados para pavimentar estradas, construir presídios, capangas, destruir quilombos.

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 Escravos:

    O dia a dia dos escravizados nas regiões mineiras era particularmente difícil. Não realizavam tarefas ligadas à mineração. Também transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas e chafarizes, comerciavam pelas ruas e lavras.
      
     Como se vê, a sociedade do ouro premiou a poucos e castigou a maioria. Os habitantes da Minas, porem, não se calaram diante da escravidão, da pesada rede de impostos e de outras violências a que foram submetidos. Resistiam a tudo isso desobedecendo em silêncio, promovendo revoltas, desviando ouro e diamantes, reclamando à Justiça, fugindo para a mata e formando quilombos.
 Escravos de Mina; 
 Escravos doméstico;
Negras de Tabuleiro;
 Escravos doméstico.


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